“Tenha sempre um plano B”. Esse conselho soa prudente mas pode ser exatamente o que distancia você de resultados extraordinários. Ao manter um caminho alternativo, parte da sua energia mental já está contabilizando a rota de fuga e não a execução impecável do objetivo principal. Quem carrega plano B não está 100 % no plano A.
O que o “plano B” rouba de você:
- Urgência: Prazo apertado impulsiona criatividade. Se existe saída paralela, a pressão diminui e você aceita atrasos como algo “gerenciável”.
- Foco cognitivo: Cada cenário extra consome memória de trabalho. Tomar decisões estratégicas enquanto atualiza “backup” dilui atenção.
- Comprometimento emocional: Parte do cérebro já lamenta a falha antes de ela acontecer, pois sabe onde aterrissar. Essa hesitação enfraquece a postura de conquista.
Três exemplos de “Plano A ou nada” em ação:
- Empreendedores de bootstrap: sem capital de risco, sobrevivem vendendo ou fecham as portas. Essa realidade cria soluções enxutas visando geração caixa desde o primeiro dia.
- Atletas olímpicos: não existem “jogos paralelos”. É ganhar vaga ou assistir pela TV. Muitos só alcançam ouro porque não projetaram carreira de meio-termo.
- Artistas independentes: ao recusar empregos “temporários” que viram permanentes, mergulham na própria arte até torná-la renda — ou mudam completamente de caminho.
E como adotar a filosofia Plano A?
- Defina resultado não-negociável: Em vez de “quero lançar um app”, estabeleça “lançarei X versão 1.0 em três meses e conseguirei 100 usuários pagantes”.
- Corte traves de segurança: Dinheiro reservado para “voltar atrás” vira orçamento de marketing ou prototipagem.
- Comunique seu compromisso: Contar metas a parceiros e clientes cria responsabilidade social – falhar publicamente dói, o que incentiva a disciplina.
- Faça engenharia reversa: Parta do objetivo e quebre em micro-etapas diárias. Sem passo-a-passo o Plano A vira sonho… não estratégia.
- Avalie, mas não revise prematuramente: Ajustes são permitidos porém dentro do Plano A. Trocar meta por conforto devolve você ao ponto de partida.
Mas… “O que acontece se tudo falhar?” – perguntam. Vale lembrar: ”Plano A ou nada” não significa irresponsabilidade cega. Significa comprometer-se até onde recursos e riscos calculados permitam. Se o cenário inviável aparecer, encerre, aprenda e parta para um novo Plano A – não para a versão aguada do antigo.
Inovar, liderar ou transformar exige convicção total. Quando existe alternativa confortável, o objetivo principal vira preferência, não prioridade. Se você realmente quer construir algo memorável, jogue fora o plano B. O desconforto de não ter rede de segurança é, contrariamente, a âncora que o mantém firme no único caminho capaz de levá-lo além do comum: ”Plano A ou nada”.
É isso.